“Talvez eu não tenha vivido como deveria”, ocorreu-lhe de repente. “Mas, como, se eu sempre fiz o que devia fazer?”
Todos nós, em algum momento, já nos pegamos pensando na morte. Ou seria na vida? Acompanhar a agoniante morte do burocrata russo Ivan Ilitch nos faz parar para refletir. Pensando na morte, Ivan teve sua reflexão sobre a vida. Insosa vida, para ser mais claro. Desde o começo do livro, fica claro que atingir seus objetivos profissionais, não significam necessariamente ser bem sucedido. Pelo menos não de uma forma em que, no leito de morte, você sinta que viveu da forma correta. Ivan Ilitch construiu uma carreira, mas não era admirado, e sim invejado. Ivan Ilitch construiu uma família, mas não criou laços com os filhos ou com a esposa.
É impressionante que em tão poucas páginas, esse livro consiga nos trazer tantas reflexões. Não acho que tenha sido o pivô da separação da Sandy (risos), mas ele me fez pensar sobre minha vida, sobre como a tenho conduzido. Se cheguei onde queria, e a que custo cheguei. Como falei no começo, a morte de Ivan é agoniante. Duranrte os últimos capítulos, chega a tirar o fôlego. Quase pude sentir pontadas no abdômem, uma espécie de dor fantasma. A solidão e o vazio das lembraças do moribundo atenuam ainda mais a dor, e o livro termina com uma sensação de alívio. A morte foi o terror e ao mesmo tempo a alegria de Ivan Ilitch.
P.S. a foto é só referência, a gente não pretende se separar 😂
Livro: A Morte de Ivan Ilitch
Autor: Liev Tolstói
Ano: 1886