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Best Seller

O Código da Vinci, de Dan Brown

Samuel Soeiro
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19 de novembro de 2024
3 Mins read
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“Os livros todos não podem competir com séculos de história já estabelecidos, principalmente quando essa história é endossada pelo livro mais vendido de todos os tempos.“

Durante séculos, a igreja católica travou uma guerra contra uma sociedade secreta conhecida como o Priorado de Sião, que é detentora de um segredo tão grande, que se revelado, abalaria os pilares da santa igreja e da fé cristã. O Santo Graal é uma história bem arquitetada da igreja, ele não existe. Não como o conhecemos. Foi mexendo nesse vespeiro, que anos atrás, Dan Brown lançou seu best seller. Um dos livros mais vendidos de todos os tempo, seja pela sua história envolvente, seja pela polêmica alimentada pelos ataques da igreja de Roma, é inegável o sucesso e a qualidade, até do próprio Dan Brown como escritor de ficção.

Eu já tinha assistido ao filme, então foi impossível desassociar os personagens dos atores. Mas a impressão que eu tinha do filme, era de um bom blockbuster, apenas. Felizmente o livro é bem mais que isso. Em alguns momentos a trama fica meio forçada, propositalmente, para encaixar com os fatos históricos. Eu recorri à wikipedia diversas vezes para saber o que era real e o que era ficção. O filme empobrece o trabalho de Dan Brown. O livro possui uma riqueza de informações que o torna bem mais interessante. Se ele cita uma obra de arte, temos uma pequena aula de história sobra aquela obra, por exemplo. Não sou historiador, mas como falei anteriormente, em alguns momentos o livro carece de uma pesquisa mais aprofundada, dando a impressão que foi escrito às pressas. Mas não estraga a experiência, na minha opinião.

Acho que um dos maiores feitos do autor, foi, mesmo com essa carência de pesquisa aprofundada, fazer com que os leitores questionassem a história que todos conhecemos desde berço. De forma tão convincente que a própria igreja se sentiu ofendida e precisou intervir.

Assisti várias entrevista. Eu me peguei acreditando na história. Me peguei desejando que fosse verdade. Há quem acredite em teorias conspiratórias, sobre o livro ter sido encomendado pela própria igreja, para servir como cortina de fumaça para os escândalos de pedofilia de Boston, que a igreja enfrentava à época. Não acredito nisso.

Existe uma tendência natural de tentar diminuir algo que é mainstream, que faz muito sucesso. Com O Código da Vinci sinto que não foi diferente. Apesar de não ter uma escrita poética, de não fazer muitas vezes distinção entre a realidade e a ficção, como não colocar Dan Brown e seu livro entre os maiores, não só em número de vendas? Ainda mais com todo o conteúdo que essa obra gera até hoje. Faça uma pesquisa rápida no google, e você vai achar milhares de resultados elogiando ou refutando a obra.

Para mim, o livro foi uma bela surpresa. Não achava que teria um algo a mais que o filme oferece. O filme se tornou ainda mais decepcionante. A escrita de Dan Brown é muito parecida com um roteiro. Os roteiristas tinham a faca e o queijo na mão, mas o resultado, apesar do sucesso, não foi nada satisfatório. Já o livro, eu recomendo fortemente.

Livro: O Código Da Vinci
Autor: Dan Brown
Ano: 2003

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É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina o nosso modo de estar no mundo.

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O novo é realmente algo incrível. Novo para mim, quero dizer. Descobri, da melhor forma possível, os prazeres de flutuar entre os pensamento e devaneios, entender as angústia e anseios dos personagens.

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O que precisará acontecer no mundo para que as vergonhas que você sente sejam ridículas ou absurdas num futuro próximo?

“Qual é o significado da vida? Isso era tudo - “Qual é o significado da vida? Isso era tudo - uma questão simples; uma questão que tendia a nos envolver mais com o passar dos anos. A grande revelação nunca chegara. A grande revelação talvez nunca chegasse. Em vez disso, havia pequenos milagres cotidianos, iluminações, fósforos inesperadamente riscados na escuridão.”

Esse livro não conta uma história de maneira convencional. Não estou falando de uma simples não linearidade. É como se pudéssemos não apenas sondar os pensamentos, mas sentir as emoções, medos e anseios dos personagens. O tal fluxo de consciência. Alternamos entre o presente e o passado em meio a devaneios e lembranças que ajudam a entender a personalidade de cada um.

O livro é dividido em três partes. A primeira - A Janela - nos apresenta a família Ramsay e amigos, que estão em sua casa de veraneio. Da janela, é possível ver ao longe O Farol. A Sra Ramsay está tricotando meias para o filho do faroleiro. O filho James pergunta se irão ao Farol, e ela responde que sim. Mas seu marido levanta a possibilidade de não irem. A simples troca de palavra em uma sala, é o suficiente para desencadear uma série de pensamentos conflitantes em todos ali.

Na segunda parte - O Tempo Passa - voltamos à casa muitos anos depois. Todos sofreram várias perdas em meio a guerra. A passagem de tempo é sentida principalmente através da descrição da casa: as portas e janelas deterioradas, a areia que tomou conta, ninhos de pássaros.

Por fim, na terceira parte - O Farol - os preparativos para de fato ir ao farol. Chegar ao farol parece um alívio, uma libertação.

Ler Ao Farol foi como desacelerar. Estou sempre pensando no trabalho, nos compromissos e coisas do dia a dia. Pegar esse livro antes de dormir, um copo d’água com gelo, virou, por uns dias, minha terapia. Era como usar a penseira de Dumbledore e esvaziar a mente por um breve momento. Quase dava pra ouvir o barulho das ondas ecoando entre os inúmeros monólogos interiores desse livro. No começo foi um desafio, mas a barreira do “novo”, não demora a cair, e dali pra frente é só gozo.

Eu estou totalmente rendido ao deleite de ler mais Virginia Woolf.

Livro: Ao Farol
Autora: Virginia Woolf
Ano: 1927

🍃Samuel
Em um dia tão importante como o de hoje, o incent Em um dia tão importante como o de hoje, o incentivo à leitura tem peso em dobro. A gente vive batendo nessa tecla, mas a leitura e a informação são as maiores armas que temos contra o preconceito. Trago aqui dois livros que julgo importantíssimos. Um que aborda o racismo de uma perspectiva contemporânea, o racismo velado e enraizado em nossa sociedade. O outro é quase sobre uma escravidão moderna. Destaco especialmente O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório. O livro que sofreu com a censura em algumas escolas, mas que, felizmente, entrou no radar de muitos leitores.

📚 O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Prêmio Jabuti 2021, Romance Literário)

O narrador Pedro reconstrói a vida de sua família a partir das memórias de seu pai, Henrique, assassinado em uma abordagem policial. Com elementos autobiográficos, a obra retoma ocasião em que Tenório foi interpelado por policiais na rua, enquanto esperava uma carona, porque alguém denunciara a presença de um “homem suspeito parado na rua”.

📚 Salvar o Fogo, de Itamar Vieira Júnior (Prêmio Jabuti 2024, Romance Literário)

Moisés vive com o pai, Mundinho, e sua irmã, Luzia, em Tapera do Paraguaçu, povoado rural na Bahia. Os outros irmãos foram embora. Tapera é uma comunidade de agricultores, pescadores e ceramistas de origens afro-indígena que vive ao mando da igreja (dona de um mosteiro construído no século XVII). Órfão de mãe, Moisés encontra afeto com Luzia — estigmatizada por seus supostos poderes sobrenaturais. Diligente lavadeira do mosteiro, Luzia o educa com rigidez. Ela ainda alimenta a esperança de reunir a família novamente. Anos depois um grave acontecimento pode ser a oportunidade para isso, e este reencontro promete deixar de lado décadas de segredos e sofrimentos. Salvar o Fogo é o segundo livro do Projeto Literário de Itamar Vieira Júnior, sendo o primeiro o sucesso Torto Arado (que foi nossa indicação nesta mesma data, ano passado).

Espero que gostem das indicações. São dois livros maravilhosos. Prepara o lencinho, que ambos vão te arrancar lágimas!
“Os livros todos não podem competir com século “Os livros todos não podem competir com séculos de história já estabelecidos, principalmente quando essa história é endossada pelo livro mais vendido de todos os tempos.”

Durante séculos, a igreja católica travou uma guerra contra uma sociedade secreta conhecida como o Priorado de Sião, que é detentora de um segredo tão grande, que se revelado, abalaria os pilares da santa igreja e da fé cristã. O Santo Graal é uma história bem arquitetada da igreja, ele não existe. Não como o conhecemos. Foi mexendo nesse vespeiro, que anos atrás, Dan Brown lançou seu best seller. Um dos livros mais vendidos de todos os tempos, seja pela sua história envolvente, seja pela polêmica alimentada pelos ataques da igreja de Roma, é inegável o sucesso e a qualidade do próprio Dan Brown como escritor de ficção.

Em alguns momentos a trama fica meio forçada, propositalmente, para encaixar com os fatos históricos. Eu recorri à wikipedia diversas vezes para saber o que era real e o que era ficção. O filme empobrece o trabalho de Dan Brown. O livro possui uma riqueza de informações que o torna bem mais interessante. Se ele cita uma obra de arte, temos uma pequena aula de história sobra aquela obra, por exemplo. Não sou historiador, mas como falei anteriormente, em alguns momentos o livro carece de uma pesquisa mais aprofundada, dando a impressão que foi escrito às pressas. Mas não estraga a experiência, na minha opinião. 

Acho que um dos maiores feitos do autor, foi fazer com que os leitores questionassem a história que todos conhecemos desde berço, de forma tão convincente, que a própria igreja se sentiu ofendida e precisou intervir.

Para mim, o livro foi uma bela surpresa. Não achava que teria um algo a mais que o filme oferece. O filme se tornou ainda mais decepcionante, na verdade. A escrita de Dan Brown é muito parecida com um roteiro. Os roteiristas tinham a faca e o queijo na mão, mas o resultado, apesar do sucesso, não foi nada satisfatório. Já o livro, eu recomendo fortemente.

Livro: O Código Da Vinci
Autor: Dan Brown
Ano: 2003

🍃Samuel
“Que estranho é o fato de pessoas de sensibilid “Que estranho é o fato de pessoas de sensibilidade e sentimentos honestos, que não tirariam vantagem de um homem que nasceu sem braços ou pernas ou olhos, não verem problema em maltratar um homem com pouca inteligência.”

Charlie Gordon é um rapaz de 32 anos com deficiência intelectual por causa da fenilcetonúria, que foi escolhido para um experimento científico a fim de “curar” sua limitação: uma cirurgia que o torne inteligente.

Sua história inicia-se por meio de relatórios escritos por ele, a partir da preparação para o procedimento, demonstrando sua visão ingênua sobre o mundo e sobre si. Percebemos em seus primeiros escritos, não apenas os erros de português, mas a sede por aprender, por atender as expectativas de terceiros, bastante credulidade e docilidade.

Após a cirurgia percebemos a mudança para o “novo” Charlie. Os erros de português começam a diminuir, as sombras do passado tornam-se mais nítidas, as situações de preconceito, abuso e humilhação que antes ele classificava como engraçados ou gestos de amizade tornam-se claras e evidentes e ganham o nome do que realmente são.

Charlie aprende sobre diversas áreas do conhecimento humano, o que seria impossível em apenas uma vida. Entretanto, sua forma de relacionar ainda é primitiva, o que faz com que algumas vezes pareça arrogante e ingrato. Mas aqui há uma das tantas camadas que esse livro possui: Charlie estava sendo arrogante, ou as pessoas esperavam que ele continuasse passivo e tímido? É possível aprender tanto e manter algumas características? As pessoas não estavam preparadas para serem superadas por alguém que antes elas zombavam ou tinham compaixão?

E quem é Algernon? É o rato de laboratório que foi submetido ao mesmo experimento. No início Charlie desenvolve com ele um sentimento de competição e raiva, por achar Algernon bastante evoluído, mas logo que Charlie consegue ultrapassá-lo percebe que há mais semelhanças do que ele imaginava.

Se eu pudesse conceder atributos, como fazemos com as pessoas, diria que ele é melancólico e solitário e concordo com o Samuel: é um livro que deve ser lido mais de uma vez.

Livro: Flores Para Algernon
Autor: Daniel Keyes
Ano: 1959

🍃Terania
“Ensinava-lhe que era uma pena a falta de leitur “Ensinava-lhe que era uma pena a falta de leitura não se converter numa doença, algo com um mal que pusesse os preguiçosos a morrer.”

Esse foi o meu primeiro livro de Valter Hugo Mãe, e senti certa dificuldade. No começo, achei que poderia ser um erro de tradução, mas logo percebi que a escrita poética de Mãe é propositalmente difícil, me remetendo à textos mais antigos. Me peguei marcando o livro em diversos pontos. Tanta coisa bonita que faltou marcadores.

Em um pequeno de vilarejo de pescadores, vive Crisóstomo. Se aproximando dos quarenta, ele sente que precisa ter um filho para se sentir completo. Esse é o ponto de partida para uma história muito bonita, mas também muito triste.

O livro aborda assuntos delicados usando um linguajar muitas vezes chulo, de forma desconfortável e preconceituosa, para no fim quebrar os tabus e nos mostrar que o que importa é o sentimento, o sentir-se completo. Esses personagens por diversos motivos buscam preencher um vazio, como se depois de tudo que viveram, fossem apenas a metade de um todo. As histórias soltas vão aos poucos se encaixando e formando essa família nada convencional. As circunstâncias que os aproximam são peculiares. Mas a motivação é sempre a necessidade de preencher esses vazios. Os laços criados são, de alguma forma para cada um, sua própria redenção.

Na busca por dar sentido ao caminho de cada um dos personagens, senti que o livro ficou arrastado por alguns capítulos. Mas a medida que as histórias iam se cruzando, eu pude me regozijar dos efeitos de uma boa e bem contada história. O livro tem seus momentos, e um deles certamente é o capítulo “a moeda pequena”, que me arrancou lágrimas de tão bonito e sensível.

Deu pra perceber que o livro fala em sua maior parte de solidão, e de como as pessoas procuram desesperadamente preencher suas metades. Mas termina de forma brilhante com um recado muito bonito. Desmontando o conceito de família tradicional.

Livro: O filho de mil homens
Autor: Valter Hugo Mãe
Ano: 2011

🍃Samuel
A partir de agora compartilharemos nossas experiê A partir de agora compartilharemos nossas experiências de leitura também no nosso Site/Blog. Aqui continua sendo nosso principal canal, mas no blog teremos caracteres ilimitados, nos dando oportunidade de falar mais sobre nossas leituras. 

Para a quem interessar, o link tá na Bio 🫶🏼
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